“Sem a participação efetiva do RH, nenhuma estratégia de ESG se sustenta.” Essa é a premissa do fórum “ESG para RH”, que acontece nesta quinta-feira (29/4).
Organizado pela ABRH (Associação Brasileira de Recursos Humanos), o evento reunirá 22 executivos para debater de que maneira os RHs podem fortalecer a agenda ESG em suas empresas.
De fato, tornar as organizações mais responsáveis do ponto de vista ambiental, social e de governança é algo que exige treinamento da liderança, diversidade e inclusão no recrutamento, propósito e valores alinhados com a cultura organizacional, identificação de novas competências. E tudo isso passa pelo RH.
O evento
Para responder perguntas como “Por que gênero e equidade racial são elementos fundamentais na estratégia de talentos de uma empresa ESG?”; “Como criar políticas de remuneração baseadas em critérios de ESG?”; “Que novas competências precisam ser desenvolvidas para atender as necessidades de ESG?”, o fórum contará com palestrantes de peso.
Entre os nomes confirmados estão Cristiana Palmaka, CEO da SAP na América Latina e Caribe; Guilherme Rhinow; vice-presidente de recursos humanos da Johnson & Johnson na América Latina; Marc Reichardt, presidente do Grupo Bayer no Brasil; Niva Ribeiro, vice-presidente de pessoas da Vivo; e Ricardo Melo, vice-presidente de pessoas e gestão América do Sul da Ambev.
Para saber mais sobre o fórum “ESG para RH”, clique aqui.
O que é ESG?
Abreviação de Environmental, Social and Governance (ambiental, social e governança, em tradução para o português), a sigla ESG é usada para caracterizar empresas com práticas que minimizam os impactos socioambientais negativos de seus negócios.
Ou seja, quando aplicamos o conceito ESG a uma companhia, a ideia é mostrar que ela gera valor para fornecedores, funcionários, clientes e comunidades do entorno — e não só aos seus acionistas.
Em outras palavras, os líderes de organizações ESG estão antenados com as grandes questões que preocupam a humanidade, como aquecimento global, desmatamento, escassez de água, desigualdade racial, vazamento de dados, crescimento de doenças mentais, violação aos diretos humanos e corrupção.
Uma nota: no Brasil, usa-se também a sigla ASG (Ambiental, Social e Governança).
Qual a vantagem de ser ESG?
Como dissemos acima, empresas que levam o selo de ESG preservam o meio ambiente, aperfeiçoam seus processos e contribuem para uma sociedade melhor. Como resultado, tornam-se mais atrativas para clientes, fornecedores e talentos — e, por consequência, também mais lucrativas.
Após examinar empresas em cinco setores, bens de consumo, biofarmacêuticos, petróleo e gás, finanças e tecnologia, o BCG concluiu que olhar com atenção para a tríade meio-ambiente, sociedade e governança melhora as margens e o valor de mercado das organizações.
Estudos demonstraram que os indicadores das empresas ESG são de 3% a 19% mais altos se comparados aqueles de companhias menos preocupadas com o assunto.
“Instituições que tomam medidas para maximizar o impacto social podem reduzir o risco de eventos negativos significativos e abrir oportunidades, explorando novos mercados, reduzindo desperdícios e construindo uma cadeia de suprimentos mais inclusiva e confiável”, diz relatório da consultoria.
Constatações assim fazem crer que as companhias ESG serão mais lucrativas e sustentáveis no longo prazo. E o mercado financeiro está ligado nisso. De acordo a XP Investimentos, o grupo de empresas ESG listadas na bolsa de valores de Nova York, por exemplo, obteve 345% de valorização entre 2009 e 2020.
O que faz uma empresa ter o selo ESG?
Na visão da Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais), estas são as principais questões ESG:
Ambiental
- Redução de emissões de gases-estufa
- Utilização de fontes renováveis
- Proteção aos recursos naturais
- Diminuição da poluição (dar fim sustentável ao próprio lixo)
- Uso de tecnologia limpa
Social
- Aumento da diversidade e inclusão no quadro de funcionários
- Respeito aos direitos humanos
- Desenvolvimento de pessoas
- Boas práticas de RH, que garantam saúde e bem-estar aos colaboradores
- Atenção à privacidade de dados
Governança corporativa
- Conselho diverso e independente
- Transparência
- Ética (compliance forte e não envolvimento com corrupção)
- Paridade nas políticas de remuneração